A atualização constante de uma marca, passa pelo desejo permanente de se manter em contato com seu tempo e reafirmar seus propósitos em novas condições, novos cenários. Não está ligado a tempo cronológico, a rejuvenescimento, mas sim a atualização.
Em tempos de polarização, questões ligadas à discriminação etária ou etarismo, levam pessoas a opinar de forma constante e contundente, tornando mais desafiador se atualizar à medida que a idade caminha.
Vou explicar melhor. É como se não esperássemos que indivíduos com 50+ pudessem passar por alguma atualização, alguma reconstrução. Mas aí é que a coisa funciona um pouco diferente.
Pessoas maduras tem mais consciência de seus propósitos interiores e estão cada vez mais convencidas a não abrir mãos do que é importante e faz sentido.
Vejamos Madonna
Quando temos uma estrela como Madonna, esperamos dela uma atitude libertária e ela entrega sempre algo surpreendente. Entendemos que o que ela faz, está alinhado ao espírito de seu tempo e também aos seus propósitos mais íntimos. Nada está desalinhado com o que ela vem construindo ao longo de sua carreira. Confirmamos nossa expectativa e ainda assim nos surpreendemos com sua potência e relevância.
Ela mostra que é uma artista madura, e por isso mesmo, é capaz de se modificar, se reconstruir a cada nova oportunidade, e fazer isso com uma potência incrível.
A sociedade precisa construir a cultura de valorizar a habilidade de reconhecer pessoas que fazem sua trajetória com potência e propósito a cada virada ao redor do Sol. Temos que valorizar e não depreciar indivíduos sabedores de suas maturidades, que possuem um radar melhor calibrado para avaliar suas condutas, sempre construindo uma trilha de coerência a cada mudança, a cada oportunidade de melhorar.
Para fazer um paralelo com uma marca, temos que ter em mente que uma marca deve criar interfaces coerentes com suas práticas e sua missão. E se o mundo muda, temos que avaliar sempre as novas oportunidades de atualizar esses discursos, essas práticas e esse posicionamento.
Não precisamos marcar data para cada mudança, o fundamental é estar atento àquilo que seu tempo oferece de oportunidade alinhada à estratégia que estamos construindo.
Sempre que observarmos uma oportunidade de mudança, ela é oportuna.
Mudar não tem a ver com rejuvenescer, manter-se jovem, mas sim com se mostrar atualizado.
Não há nada de errado na passagem do tempo, o que precisamos fazer é não nos tornarmos anacrônicos, desatualizados para aquilo que nos propomos fazer. Novamente, propósito e senso de oportunidade.
Somos algo que muda, faz e comunica de forma coerente com nossos propósitos.
Indivíduos mais maduros, tiveram mais oportunidades de se reconstruir e reafirmar mais vezes seus propósitos. Devemos, portanto, ter em mente que essa pode ser uma qualidade positiva.
Não que todos sejam assim, mas todos 50+ tiveram mais eventos ao longo do tempo para se reconstruir se comparado a quem ainda não girou tanto em torno do Sol.
Quem mais mudou, muda com mais experiência e propósito.